quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Esperar? Não por favor!

Chega em determinado momento da vida, que as interrogações se tornam intensas. Tornam-se emoções agonizantes dentro da alma. Por que tudo existe? Há vida, há morte, porém, e o intermédio? O que precisa ser feito? Devemos somente ser modelos do nosso passado? Qual a razão? Tudo é simples e ao mesmo tempo complexo. Um misto de ambas as polaridades. Uma essencializando a outra. Completando e gerando tudo isso – A VIDA-.
Se pararmos para falar dos porque’s , estaríamos condenados ao aprisionamento da existência. Estaríamos nos acorrentando aos grilhões pesados do desespero. Portanto não vale a pena requerer, perguntar e entender. Somente viver, aceitar e esperar! Entre tantos galhos literários que poderiam ser abordados, há somente um que atormenta e apavora minha psiquê. A ESPERA. O fato de sobreviver a essa pequena ação me constrange e não me deixa confortável.
O sol irradia sua beleza. A areia deixa que pés a marquem. As ondas procuram seu espaço na porção da terra. Os sons das águas transformam-se em sinfonias. A harmonia inspira e fazem os poetas surgirem. Muitas pessoas, muitas identidades. Muita vivacidade ao redor. Estou sentado, tendo em mãos o papel e a caneta. Por sobre as lentes oculares, contemplo todos ao meu redor. Vejo a imensidão do mar. Vejo a linha do horizonte fundir-se ao céu azul. Parece uma só coisa, separadas por um fio. Mar e céu parecem um só! Sinto o frescor das águas. Sinto a vida em cada ser que cruza por mim. Emociono-me em ser. Em estar. Em viver! Elos de amor sendo ligados. Amizades cada vez mais vinculadas a base do carinho e consideração. Diante das interrogações, minha alma se acalma nos deslumbres sentidos nesse instante.
Mas...
Mas ao interior dessas emoções. Nos porões da alma. Na escuridão algo se mexe. A impaciência de sentir a ESPERA. Somos dominados pelo tempo. Chronus torna-se o imperador dos povos. As coisas somente acontecem no tempo em que o “tempo” quer. E o pior de todas as escravidões é a espera. Vivemos esperando. Vivemos presos a espera de algo. Somos condenados a esperar. Vivemos esperando nossa história acontecer. Esperamos as pessoas. Esperamos a alegria. O sucesso. O amor. Esperamos, esperamos, esperamos...
Somos fadados a viver abraçados a senhorita Espera. Nossa dominadora. Por vezes amiga. Porém, a qualquer momento pode tornar-se inimiga. Machuca. Cura. Dá Beijos. Desfere tapas. Esse é o tormento da vida. Esperar com que a espera acabe, e tudo termine bem.
Minha personalidade impregnada com fortes doses de hiperatividade, não aprendeu a esperar. Faltei algumas aulinhas na disciplina de paciência. Porém hoje descobri que a vida é isso. Esperar também é viver. Esperar faz parte da história de nossa vida. Onde estaria a graça de tudo estar em seu devido lugar, pronto e conquistado. Esse é o lindo da vida. Viver. Esperar. 
Fazer acontecer, esperar mais um pouco, conquistar, esperar de novo, amar, e esperar mais uma vez! Esperar, esperar, esperar.
Mas que é uma chatice, aaaahhh, com certeza  é!!!
Júlio Gonçalves, 05 de Fevereiro de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário