Pois bem, diante do abismo da insônia e o dormir, meu
refúgio são as palavras e o pensar. São tantas situações e momentos que cruzam
o desatino da consciência, as preocupações antecipadas do porvir, do amanhã.
Hoje em dia, a redoma que nos cerca são de stress, e depressões persistentes.
Não são sensações fáceis de afastar, principalmente estando no lugar de alguém
que conhece a verdade. Nossa luta constante e diária são as dores pelas vidas,
sentimento penoso pelos que nos querem mal, angustia por ver esse caminho na
qual carregam os pés de tantos. Muitos,
e não são poucos os que não dominam mais seu andar. O próprio caminho o leva
onde bem entender. Parece-me que o rumo, o caminho, a estrada, defina como
quiser, ganhou vida pensante.
São poucos os que escolhem fazer a diferença, e
ser a diferença na existência das pessoas. Estamos como ovelhas, desgarradas,
pelo fato de seguirmos aquela que se afastou daquilo que deveria seguir.
Existem padrões pré estabelecidos pela sociedade atuante no mundo, e ser
diferente disso, gera confusão, desconforto a tais pessoas. A complexidade
gerada pelo homem no fato de “viver” a vida, as torna escravas do próprio
tempo. Nessa exata circunstância temporal, assim me encontro. Absorto em uma
fagulha de crise existencial inevitável. Como já falei, não é que eu queira,
mas é necessário que aconteça. Estranho não é? Mas por um breve momento sou
tomado pelo Insight, como assim é denominado tal momento pela Psicologia
cientifica.
Sou ser humano, totalmente distante de ser divino e
perfeito. Minha tranquilidade é saber que houve alguém que soube ser Deus e
homem ao mesmo tempo. Tarefa, na qual seríamos incapazes de completar, mesmo
que tivéssemos a santidade impregnada em nosso cordão umbilical. Houve somente
um capaz, e esse Um jamais será igualado. Jesus eis o nome do cidadão. Cristo
quebrou o sistema pelo meio, rasgou o véu de baixo para cima, arrancou da
sociedade aquilo que cobria seu rosto, mostrou que são necessárias medidas
extremas, drásticas, e até mesmo diferentes da normalidade de muitos. Existe um
momento que devemos parar e ver se é o caminho que está nos guiando, ou se
somos nós que estamos criando o caminho. Jesus criou o caminho dELe. Diante da
vontade dos fariseus, a estrada do Messias seria gloriosa, soberana, poderosa,
o que não deixou de ser, porém em suas mentes, o Redentor viria para reinar
como um rei temporal, com direito a coroa e tudo.
E agora diga-me?
Por que
tinha que ser assim? Por que eles julgavam que o correto era assim?
Será que
não eram os padrões pré estabelecidos? Os mesmos que a humanidade vive absorta
hoje?Digo com convicção que sim. Exatamente o mesmo, e talvez com doses a mais de veneno. O amor não é mais prioridade, o deixar de pensar em si para pensar no próximo já deixou de ser prioridade nos corações, o perdão perdeu o lugar para a vingança. E nós? E o que é de nós que incansavelmente estamos andando na contramão? Somente tenho um sentimento claro no coração: O amor! Amor a ponto de não deixar de seguir tentando. O modo de viver de Cristo não é algo para ser lido e somente admirado, não é para somente ser glorificado o quão majestoso Ele foi, e sim para ser imitado, copiado, xerocado, seja como for, é para sermos Ele nessa existência terrena. Estamos todos cheios, enfarados e fartos de ouvir falar de um Jesus, de um homem que foi crucificado. Estamos cheios de ouvir, cheios. Precisamos sê-lo, vivermos Ele a medida que criamos nosso caminho.
Chega dessa limitação hipócrita e sem essência, o segredo é ser, criar e tornar-se um amante de cada ser que surge na curva da estrada de nossa vida.
Júlio Gonçalves, 17 de Outubro de 2012
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