sexta-feira, 28 de junho de 2013

Vaidade - Tanlan

Sou a criança que chorou logo ao nascer
O velho homem que morreu sem perceber
Eu sou o pó que se levanta de manhã e a noite, se foi

Sou a vontade incontrolável de chorar, 
A liberdade indesejável de errar
Eu sou um pouco menos do que eu quero e muito mais do que não...

Sou o desejo incorrigível de sorrir
A busca tão indiscutível por sentir 
Um incompleto irresponsável pronto pra te dizer sim!

Um hábito inútil e sem sentido, um vapor
Um indiscreto transitório, um louco sem pudor

Mas a vida ainda vale a pena
A vida ainda vale a pena

Eu sou o livro cuja capa não se pode ler
A dor e toda a graça do que é viver
Eu sou o que sobrou de uma lembrança,
Arrogância de ser

Sou egoísta e tendo te dizer não
O meu cinismo só revela a omissão
De quem assiste a um desfile triste, um clichê em vão

A vaidade das vaidades, um vazio sem fim
A busca da realidade é o que me trouxe aqui

Mas a vida ainda vale a pena...

Paradoxo no Palco II

"Precisamos aprender a aproveitar onde estamos, enquanto estamos a caminho de onde estamos indo!"

Essa frase mexeu com meus neurônios hoje, a tal ponto que me vi cheia de vontade de escrever sobre ela.
Confesso que sou uma das pessoas que pensa tanto na linha de chegada, que deixa de curtir a paisagem do caminho.
Fazer o que se sou movida pelo querer?
Nos últimos dias me pego refletindo sobre o motivo de estar aqui-agora. Sei onde quero chegar, mas não consigo desfrutar da trajetória.
Me perco nos planos para o futuro, construindo o "onde", o "como", o "com quem"... Enquanto deixo o hoje escapar por entre meus dedos.

Shakespeare, que tanto gosto de citar, falou que "um dia você aprende a construir todas as suas estradas no hoje, por que o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão."

A Bíblia, que é meu principal embasamento, diz que o ontem foi apagado e que o amanhã está nas mãos do Autor que pintou com perfeição a vida... Foi nos dado apenas o hoje.

Tendo em vista que o presente se resume ao segundo atual apenas, já que dentro de dois segundos estaremos no futuro, e nem sempre prevemos com exatidão o que se sucederá no próximo minuto, concluo que o que temos é nada!

Um tanto preocupante pensar que na realidade não possuímos nem o agora, pois ele sequer é percebido por nossa pequena e finita capacidade intelectual.
Hoje, é um pequeno retalho do espaço-tempo em que nos perdemos tentando nos encontrar. E assim caminha a humanidade, rumo a um amanhã que pode ser muito sonhado, pouco previsto, porém nunca totalmente desvendado. 
Sinto-me uma partícula minúscula! E isso é ainda mais desesperador do que perceber que tenho deixado de aproveitar o caminho em que estou, enquanto estou a caminho de onde estou indo.

Eis mais um paradoxo no palco da mente. 

Em meio a esse ambiente confuso, que despertou uma certa angustia por seu conteúdo ansiogênico: Respire!
Há um segredo que é a chave para os conflitos internos. Aprendi com um sábio professor, que nada há mais desejável do que o equilíbrio
A existência, jamais deixará de ser uma incógnita. Resolvida uma questão, outra surgirá. Um momento dilemático, abrirá portas para outros dilemas. 
O que move o mundo são as perguntas, não as respostas!

Equilíbrio é o segredo! Este, te fará mergulhar bem fundo em cada simples detalhe do hoje. Sem esquecer que é no futuro que você viverá o resto de sua vida. 
Então é simplesmente entender que é possível sim, viver com a cabeça no futuro, se o curação tiver no agora, ou vice-versa. 
Nada que uma boa reflexão não resolva. 
Simples assim...

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vamos cantar juntos o Hino Nacional, a lágrima é verdadeira!!

Dia 20 de junho de 2013. São em média 130 cidades em plena manifestação. Rio de Janeiro conta com 750 mil pessoas com aumento a cada hora. Estimativa final de um milhão.
Momento tão esperado pelos sonhadores Brasileiros. 
Sonhos de pais para que seus filhos tenham um futuro digno. 
Brasileiros em massa em muitas partes do país. 
Chegou a hora! Chegou o momento. 
Emociono-me em pensar na situação na qual todos se submeteram em amor a própria terra. A adrenalina sobe. O coração bombeia o sangue em ritmo intenso. A alma vibra de emoção. O ânimo e esperança que aja mudanças fazem o corpo se arrepiar. 

Chuva e frio não impedem a meta. O governo rouba de seu povo em tempo qualquer, então não é a chuva que fará o povo fugir nesse momento de despertamento. 
Objetivos de tudo isso: 
VIDA DIGNA. ACESSIBILIDADE A CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O SER HUMANO. 
É isso mesmo. Fome, desigualdade a níveis gigantescos. Inversão de valores. Falta de amor. Nosso Brasil é movido por esses aspectos todos. Há alguns anos isso acontece. O célebre Renato Russo, o inspirador Cazuza e muitos outros já citavam em suas canções todas as desordens sociais ao qual na época também se estava inserido. 
Hoje o número de Renato’s e Cazuza’s cresceu. A essência dos famosos líderes Revolucionários Brasileiros está impregnada em nossa juventude. 
A “Ordem e o Progresso” resolveram acordar e ver a quantas anda seu ideal. E mais incrível é a maneira pacífica (por enquanto) na qual o povo está colocando e impondo seus objetivos. 
Uma imagem incrível vi ontem. Um jovem com a bandeira do Brasil e uma bandeira branca, e muitos policiais militares ao seu redor. Um deles dispara spray de pimenta em seus olhos. O jovem permanece imóvel em frente a eles, sem deixar-se abalar. 
Esse é o verdadeiro Brasil. Cara limpa, coração puro, vontade de viver, ânimo de vencer. 
Não é preciso esconder o rosto, não é preciso esconder-se em capas negras. 
Simplesmente tomar um postura de realidade. 
O mundo caminha para a desvalorização generalizada. O Brasil já vivia nesse ambiente ostentador há alguns anos. Chegar ao ponto de não ter em quem votar mesmo tendo inúmeros candidatos é lamentável. 
E por quê não votou? Por quê mesmo havendo tantas pessoas com “propósitos”, não havia ninguém. Entendem? Não havia ninguém. 
Chegar a pensar em não ter filhos justamente para “livrá-lo” dos sofrimentos que o povo passa é um absurdo. Essa é a realidade. Já pensei isso, e muitos amigos também assim fazem. 
Vejo uma força incrível de mente e coração sendo demonstrada nessas manifestações. Jovens inteligentes e com propósitos humanistas. Estudantes, pais de família, sonhadores, identidades desconhecidas.

Chega de dizer que somos patriotas somente em Copa do Mundo.. É só em época de Copa do Mundo que o Brasil inteiro se pinta de verde e amarelo. Durante um mês, o país para suas atividades para torcer pela seleção e cantar o orgulho nacional. Todos os outros assuntos, de saúde a política, perdem a importância diante do futebol. Não acredito em nenhum momento cívico criado pela Copa do Mundo. Abomino totalmete esse amor "exigente" momentâneamente e amplificado pelas "massas de torcedores".
Brasileiro genuíno ama e sonha todos dias com a melhora de nosso chão.
Brancos, Índios, Negros, somos o Brasil.
Com orgulho os 365 dias do ano!!

Amanhã estarei entre esses. (BC).
Amanhã cubro com a bandeira da esperança, nas cores verde e amarelo, meu amado patriotismo e vou andar junto aos pacificadores sonhadores da nação, junto ao povo heróico, bravo, retumbante. Esse é o momento, e ninguém pode perder essa oportunidade. 
Somos jovens, somos fortes e queremos viver deitados eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e a luz do céu profundo. 
Não queremos aquilo que não é nosso. Queremos aquilo que nos foi dado e aos poucos foi retirado sem percebermos – A paz! 
A paz de saber que há escolas, a paz de saber que há hospitais que comportam a necessidade da sociedade, a paz de saber que nossa vida está preservada e vívida em meio a uma nação feliz e merecedora depaz. 
Essa é a hora, esse é o momento. 
Estou junto, estarei ajudando, e com certeza ponho a cara a bater em favor a essas manifestações que acontecem a mais de uma semana! Que tudo isso se prolongue e se intensifique até o objetivo ser conquistado. A conquista pela paz de alma e espírito. 
Vamos cantar juntos o hino Nacional, a lágrima é verdadeira...
Júlio Gonçalves, 21 de junho de 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Hoje o dia está normal... Não! Claro que não!


Milhares são as vezes que escuto essa frase. Muitas vozes e timbres diferentes já pronunciaram esse desabafo repetido. 
Não consigo dizer isso. Nunca considero que os dias sejam normais. Nunca os vejo sendo repetitivamente normais. Há dias em que me alegro somente em ouvir o som dos pássaros. Em ver alguma folha oscilando entre os espaços. Tão simples, tão mínimo, e isso já basta para emocionar minha razão. Há outros que sinto a  negatividade de tudo e todos. Outros mais sinto saudade de mim mesmo, saudade dos lugares que ainda estarei. Saudade de um futuro que ainda não conheço. 
Hoje é um dia em que sinto saudade do meu belíssimo e maravilhoso passado. Passado até os 18 invernos vividos. Quantos foram os dias entre amigos jogando futebol nas ruas de terra batida atrás de minha casa. As pipas que emocionavam e palpitavam o coração quando “funcionavam” e ganhavam seu espaço no céu. Pipas feitas por nós mesmos. Uma sacola plástica, duas varetas, barbantes e muita linha de pesca, e a emoção enorme em vê-las onde queríamos estar. Livre, e voando. As corridas de bicicletas em trechos desconhecidos e perigosos. Adrenalina pura e intensa para jovens de 10 anos de idade. 
Nos sentíamos os soldados americanos desbravando terrenos. 
Saudade de mandar minha mãe parar de fazer barulho para eu poder seguir dormindo. Mais saudade ainda é de ouvir ela mandando eu levantar e deixar de ser preguiçoso. Isso as 6:30 da manhã. Pensa, 6:30... 
Se eu soubesse... 
Se eu soubesse que hoje não a teria aqui do lado, teria dormido bem menos e estado bem mais presente. Teria tentado fazer os dias serem “normais”.
O curso da normalidade em nossa mentes sempre resolve tomar caminhos diferentes. O fato de projetarmos um determinado "rumo" pessoal para as nossas vidas tornam-nos pessoas normais. Porém "vida" insiste para que não nos tornemos mais um "normal". Sabe como?
Não deixando acontecer nada daquilo que planejamos.
A vida, o rumo, o caminho, a estrada como sempre chamo esse período prolongado caminhando sobre a plataforma terrestre, gosta de aventuras, adrenalinas a níveis absurdos, é apaixonada por sensações novas e intensas, ama sentir os níveis de [dopamina] aumentarem gradualmente em cada ambiente novo desbravado inconscientemente.Com mais certeza ainda, existe o sagrado vício de sentir as [endorfinas] absurdas sendo produzidas pela hipófise para gerar doses altas de conforto diante dos momentos de dor prazerosa. 
Olhe para o lado, olhe-se no espelho, olhe para a rua, olhe para o céu, abra sua agenda e veja quais compromissos você têm amanhã, veja quais são seus amigos, perceba o quanto está distante de suas próprias escolhas! 
Vamos fazer isso se tornar mais intenso! 
Olhe agora para seu self do passado. Para você mesmo a uns 10 anos atrás. Veja o quanto afastado está da trilha empoeirada na qual você mesmo criou para ele, na qual seus próprios pais o incentivou (ou tentou) a ir. Diferente não é? Completamente, absurdamente diferente! 
Nossa [percepção] e [sensação]  vai muito além dos liminares absolutos! 
Não percebemos o mundo como ele realmente é, mas de um modo útil a nós mesmos. O dia "normal" é um uso com verdadeira insensibilidade sobre a essência da vida. 
Os dias não podem ser normais. 
Os dias precisam ser aventureiros e desbravadores, por mais que somente esse café sobre a mesa seja o momento mais aventureiro de meu dia...
J.Gonçalves, 17 de Junho de 2013.

Tudo é um ciclo a ser fechado

Sensação gostosa de mergulhar na nostalgia de um passado bom.
Sorrir e saber que foi uma etapa concluída.
Quem não sente saudade da escola, dos amigos que cresceram, mudaram, ficaram distantes...?
Hoje, em pleno auge de minha prazerosa juventude, me pego querendo voltar no tempo e ter alguns anos a menos. Reviver todas as histórias, mas com a sabedoria que as vivencias me trouxeram.
Não trago novidades quando falo que a vida é feita de etapas, de processos, de ciclos. E alguns desses ciclos precisam ser fechados para que outros comecem.
Sim, estou sendo óbvia e simples, mas são essas verdades comuns que deixamos de lado por parecerem tão banais que nos fazem perder a essência da sabedoria e a capacidade de refletir durante o frenético ritmo do cotidiano.
Só entramos na faculdade depois de concluir o ensino médio, bem como só começamos o ensino médio depois de concluir o fundamental.
Só conseguimos recomeçar depois de ver tudo acabar, se não não é recomeço. É só remendo - e remendos são feios.
Tem vezes que acabar dói. Tem dias que é difícil demais elaborar os lutos; fugir parece ser mais seguro, mais confortável.
Contudo, você só recomeça depois que termina. E terminar coisas, pode ser doloroso.
Já dizia minha vó: "O que arde, cura!" Já dizia Freud: "Sem frustração não há desenvolvimento."
O que há em comum entre o pai da psicanálise e a senhora que mal aprendeu a ler?
Sabedoria simples e prática de quem sabe o que diz por que já estudou, por que já viveu.
Há o que precise ser terminado antes que o novo comece.
Há o que precise ser curado antes que novos rumos sejam iniciados.
As estradas da dor são verdadeiras escolas, porém um dia você se forma e finalmente vai usar tudo que aprendeu.
Não ouse morrer em meio ao furacão, tem mais vida lá fora e depois da guerra nascerão flores nos escombros.
Só que pra isso, é preciso concluir, é preciso enfrentar, é preciso se permitir sentir a dor do fim.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Reprovação

As notas da prova que tanto esperávamos chegou!
Eis minha decepção: 5,5 (que vergonha).
Isto é inadmissível!
Tragam os lenços, chorarei até desidratar!
Tragam os livros, estudarei até que o sono me vença!
Tragam as broncas e o castigo.
Oh, isso é terrível. Como que eu vou sobreviver a essa nota?

Hey... espera... não está doendo. Não me sinto a criatura mais burra do Universo!
Não estou com vergonha. Não há lágrimas. Não há culpa.
Acho que finalmente aprendi que não preciso ser exemplo de perfeição o tempo todo.
Que frio na barriga é esse? Sensação de adrenalina me dizendo que terei de fazer um pouco mais.
Um desafio, finalmente! Um desafio.

Vemos que estamos mudando, quando não respondemos da mesma forma as questões anteriores.
Percebo minhas falhas e elas não me abalam como antes. Saboreio meus erros como quem se entrega aos encantos do chocolate. Como é satisfatório tirar 5,5 quando lembrei que meus colegas passaram semanas lendo textos e noites inteiras estudando para tirar 8, enquanto eu não dediquei-me 1 dia sequer.
Sinto-me privilegiada pela alegria de tirar a nota que mereci. Admiro a professora que não se rendeu ao tom poético de minhas enrolações, mas com justiça elogiou a colega que com simples palavras, quase que vazias  - assim consideradas por mim - demonstrou que valeu a pena seu tempo investido na disciplina em questão.

Esse sorriso bobo de criança que aprende algo novo não sai de meu rosto.
Aprendi.
Vivi o que tanto falei.
Senti na pele a emoção de um fracasso. Como é bom sentir isso. Como é bom me permitir errar.
Sem culpa, sem peso, sem vergonhas absurdas. Estou sendo uma acadêmica de verdade. Estou sendo um ser humano normal, que erra, que falha, que fracassa...
Senti o que tanto desejava! Aquela nota monótona parou de me perseguir.
O orgulhoso 10 parou de alimentar meu ego.
As notas razoáveis entre 7 e 9 pararam que fortalecer a maldita acomodação.
O 5 ousou incomodar-me. Querido 5, amado e precioso 5, trampolim que me tira da zona de conforto e me leva ao confronto com meu self intelectual preguiçoso e me mostra que o mundo fora do meu aquário é interessante.
Ah o sentimento bom de ter errado e aprender com isso. Como é bom me dar o direito de errar, sem o peso da acusação do meu superego punitivo.
Essa motivação borbulhante me impulsiona a fazer mais, a surpreender, mostrar pra mim mesma que ainda há 5 degraus me esperando. Uma nota ruim, nada mais é que a oportunidade de me superar.
Concluo que desbravar o cenário do 5, não me torna medíocre ou inferior aos meus parâmetros pessoais, apenas me coloca no jogo, em um nível novo dessa fez.
É tempo de competir.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Paradoxo no Palco

Mais uma vez me pego pensando no sentido da vida. Por que existimos? Por que estamos aqui? 
Será que não dava para pular logo para a parte em que vou pro céu curtir um som com os anjos e ficar uns 5000 anos - só pra começar - no colo do Papai. 
Não que as coisas por aqui estejam muito ruins, até que está tudo sob controle. 
Rotina faz parte, mas quebrá-la faz arte.
Sabe quando há uma necessidade quase faminta por algo mais?

O mundo lá fora é desesperador, as catástrofes perseguem a humanidade e no fim das contas continuamos caminhando rumo ao fim. E só pra não entrar em colapso diante das crises mundiais (que nos afetam como especie), nos perdemos em meio a crises existenciais (que nos afetam como indivíduos). Oscilando entre as pulsões de vida e de morte, esse pequeno sopro que é o homem, anseia por voar, por deixar sua marca na história, para que não seja rapidamente apagado e perdido no tempo-espaço. 
E aí está o paradoxo. Somos tão grandes. Somos tão pequenos.

O que nos resta?

Já dizia Sarte que "O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio."
Então para ser, temos que fazer.

Faça uma mudança hoje, por que só falar não adianta. Você nunca irá começar uma revolução no seu sono!

Faz a vida valer a pena. 
Dá sentindo pro teu mundo. 
Seja feliz por dentro e que seu sorriso não dependa dos outros. 
Faça o que você gosta, mesmo não fazendo muito bem. 
A prática leva a perfeição e o prazer aperfeiçoa a atividade. 

Você pode impactar o mundo, pelo menos o mundo ao teu redor. Tem tanta gente precisando do teu brilho pra entender que ser simples é o segredo.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Self do passado


                                      
Sabe o dia em que a vontade de abandonar tudo e todos e voltar para sua zona de conforto pessoal e emocional é tangente a emoção da quase-realização? Sim, todos passam por isso.
Hoje meu córtex cerebral frontal resolveu amplificar sua carência.  [Neurociência]
Ao menos uma vez todos passam por isso. Nunca fui mimado. Nunca tive o que quis na hora em que exigi. Muito cedo precisei sair do espaço que considerava seguro e começar a escalar as montanhas gélidas e íngremes da existência.
Poucas pessoas vêem ou presenciam o que realmente passo.
Poucos viram a tristeza remodulando minha face.
Sorrisos, sempre dispenso sorrisos a quem quer que seja.

*Em primeiro lugar isso se tornou um princípio organizador pessoal de meu processo de vida. É a maneira que encontrei de externar a resiliência que adquiri ao longo dos choques catastróficos do passado/presente.

*Em segundo lugar, sinto uma excessiva penalização em deixar as pessoas constrangidas e incomodadas diante de alguma conversa ou alguma expressão corporal quando estão comigo (teria motivos suficientes para constranger alguém milhares de vezes no dia).
Não que seja alguém que ostente ou sobressaia os outros, mas sim por quê tenho uma infeliz e ótima percepção auditiva e visual. Gero uma absorção assimilada rápida de qualquer informação, tenho facilidade de me situar em qualquer momento-espaço sem deslocar ou ficar confuso diante desse novo "momento".

*Em terceiro e mais importante em termos de intensidade, sinto-me estar em uma dimensão paralela desse mundo. Talvez quase adentrando Nárnia (risos).

Cada dia que passa, cada disciplina que elimino, cada nova informação aprendida, reconhecida ou ensinada, percebo o peso físico da mesma em minha mente.
A desvalorização da complexidade da Psicologia em termos de aplicação e observação nas situações "simples" do senso comum, para nós futuros Psicólogos é abominável. Não que somos pessoas que complicam tudo, e sim por quê para nós, tudo e todos são aptos a merecerem uma análise e até mesmo serem protegidos por nós.
Anda complicado até para reflexões e textos novos serem produzidos com uma essência pessoal sincera e genuína. A responsabilidade acerca de reconhecer a "vida do Self" como a única companheira tem me deixado com níveis astronômicos de fadiga emocional. A exigência de ter abordagens e argumentos plausíveis com a verdadeira "Verdade" incomoda. É uma responsabilidade titanizada. [Titanizado]
Percebi que nesses 24 invernos de existência, eu nunca soube nada além do que todos já sabem, ou podem descobrir também. Claro que em alguns aspectos todo ser humano sobresai-se acerca do próximo.
Parei e notei que as coisas continuam na mesma situação. Hilário não é?!
Sempre vai continuar a mesma coisa. Nunca seremos o número 1 no mundo. Sempre terá aquela FDP que nos deixa no chinelo literalmente. É até engraçado circunstâncias assim. Sempre terá um na sua frente.
Porém, ontem na vinda da Universidade para minha casa, mais um curto insight surge como um raio em minha mente.
Preciso ser o 1º para mim mesmo.
Os "recordes" precisam serem disputados com meu próprio "eu".
A corrida dever ser executada entre meus próprios conceitos e filosofias.
Eu sou o único e o maior concorrente de mim mesmo. Senti alívio com isso. Me senti capaz de concorrer comigo mesmo. Minha crise de hoje, essa falta de estar em uma zona de conforto pessoal é saudade. Saudade do Júlio que não possuia essa capacidade de discernimento acerca do mundo e da vida. Saudade da simplicidade exagerada na qual vivia há uns 8 anos atrás. Claro que não quero jamais voltar a ser o que era. Nossa vida é um processo de aprendizado, acúmulos e descobertas. Amo essa amplificador de capacidades que cada um possui subjetivamente. Mas... 
Tenho saudade, somente isso, saudade do meu Self inocente e pouco inteligente do passado.

Self do passado
J.Gonçalves, 05 de Junho de 2013 (Nem tudo o que parece estar indo bem, têm realmente concretado a veracidade em seu "eu" de estar bem mesmo)