quarta-feira, 5 de junho de 2013

Self do passado


                                      
Sabe o dia em que a vontade de abandonar tudo e todos e voltar para sua zona de conforto pessoal e emocional é tangente a emoção da quase-realização? Sim, todos passam por isso.
Hoje meu córtex cerebral frontal resolveu amplificar sua carência.  [Neurociência]
Ao menos uma vez todos passam por isso. Nunca fui mimado. Nunca tive o que quis na hora em que exigi. Muito cedo precisei sair do espaço que considerava seguro e começar a escalar as montanhas gélidas e íngremes da existência.
Poucas pessoas vêem ou presenciam o que realmente passo.
Poucos viram a tristeza remodulando minha face.
Sorrisos, sempre dispenso sorrisos a quem quer que seja.

*Em primeiro lugar isso se tornou um princípio organizador pessoal de meu processo de vida. É a maneira que encontrei de externar a resiliência que adquiri ao longo dos choques catastróficos do passado/presente.

*Em segundo lugar, sinto uma excessiva penalização em deixar as pessoas constrangidas e incomodadas diante de alguma conversa ou alguma expressão corporal quando estão comigo (teria motivos suficientes para constranger alguém milhares de vezes no dia).
Não que seja alguém que ostente ou sobressaia os outros, mas sim por quê tenho uma infeliz e ótima percepção auditiva e visual. Gero uma absorção assimilada rápida de qualquer informação, tenho facilidade de me situar em qualquer momento-espaço sem deslocar ou ficar confuso diante desse novo "momento".

*Em terceiro e mais importante em termos de intensidade, sinto-me estar em uma dimensão paralela desse mundo. Talvez quase adentrando Nárnia (risos).

Cada dia que passa, cada disciplina que elimino, cada nova informação aprendida, reconhecida ou ensinada, percebo o peso físico da mesma em minha mente.
A desvalorização da complexidade da Psicologia em termos de aplicação e observação nas situações "simples" do senso comum, para nós futuros Psicólogos é abominável. Não que somos pessoas que complicam tudo, e sim por quê para nós, tudo e todos são aptos a merecerem uma análise e até mesmo serem protegidos por nós.
Anda complicado até para reflexões e textos novos serem produzidos com uma essência pessoal sincera e genuína. A responsabilidade acerca de reconhecer a "vida do Self" como a única companheira tem me deixado com níveis astronômicos de fadiga emocional. A exigência de ter abordagens e argumentos plausíveis com a verdadeira "Verdade" incomoda. É uma responsabilidade titanizada. [Titanizado]
Percebi que nesses 24 invernos de existência, eu nunca soube nada além do que todos já sabem, ou podem descobrir também. Claro que em alguns aspectos todo ser humano sobresai-se acerca do próximo.
Parei e notei que as coisas continuam na mesma situação. Hilário não é?!
Sempre vai continuar a mesma coisa. Nunca seremos o número 1 no mundo. Sempre terá aquela FDP que nos deixa no chinelo literalmente. É até engraçado circunstâncias assim. Sempre terá um na sua frente.
Porém, ontem na vinda da Universidade para minha casa, mais um curto insight surge como um raio em minha mente.
Preciso ser o 1º para mim mesmo.
Os "recordes" precisam serem disputados com meu próprio "eu".
A corrida dever ser executada entre meus próprios conceitos e filosofias.
Eu sou o único e o maior concorrente de mim mesmo. Senti alívio com isso. Me senti capaz de concorrer comigo mesmo. Minha crise de hoje, essa falta de estar em uma zona de conforto pessoal é saudade. Saudade do Júlio que não possuia essa capacidade de discernimento acerca do mundo e da vida. Saudade da simplicidade exagerada na qual vivia há uns 8 anos atrás. Claro que não quero jamais voltar a ser o que era. Nossa vida é um processo de aprendizado, acúmulos e descobertas. Amo essa amplificador de capacidades que cada um possui subjetivamente. Mas... 
Tenho saudade, somente isso, saudade do meu Self inocente e pouco inteligente do passado.

Self do passado
J.Gonçalves, 05 de Junho de 2013 (Nem tudo o que parece estar indo bem, têm realmente concretado a veracidade em seu "eu" de estar bem mesmo)

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