sexta-feira, 19 de julho de 2013

Aprendendo a ser "Humano" - Normose

Não recordo-me em que momento de minha vida aprendi a ser "humano". Sobreveio essa dúvida quando a momentos atrás lia sobre analfabetos emocionais, ignorantes de alma, etc...
Vocês percebem o quanto distantes nos encontramos de sabermos que temos uma "alma"? É um assunto que precisa de pesquisas, porém vamos discutí-lo um pouco, de uma maneira rasa e simples.
Vivemos envolvidos por fobias, medos, crises internas, busca desenfreada por "algo", ansiedades em proporções patológicas intensas, sensações de pânico, entre outras milhares de perturbações pessoais. Perturbações geradas pela "Sociedade Normótica". Essa frase de Jiddu Krishnamurti traduz de uma forma simples e profundo e real significado do que quero dizer.

“Ser ajustado a uma sociedade profundamente doente não é sinal de saúde”.

"Não seja um normótico", uma grande amiga usou essas palavras para definir o quanto somos inseridos em um mundo que nem sequer conhecemos. É silenciosa como uma serpente, uma patologia inebriante e envolvente, gerando hipnoses coletivas a níveis astronômicos, inserindo-se no seu inconsciente desde cedo, desde sua tenra idade. Uma verdadeira fonte de sofrimentos e de tragédias.
Assustador não acham? Bom, isso é a chamada "normose".
Eu sou normótico! Vocês são normóticos! Todos somos!
Você não sabia disso não é? Não se conhece o suficiente para saber isso?
Bom, eu também "não conhecia". Normose é aquele rígido conjunto de normas, conceitos, "valores",  maneiras de agir, padrões pré-estabelecidos ou aprovados por um consenso ou pela maioria inserida na sociedade. Muitas vezes não importando-se com as condições psíquicas e subjetivas das pessoas.
Na verdade isso não passa de condenações aleatórias, sendo que seus autores não fazem a idéia daquilo que fazem, já que é quase, se não em um todo, a chamada coletividade inconsciente.
É um assunto vastíssimo e que com certeza irá gerar muitas novas sinapses na mente de quem aceitar ter a paciência de entender sua profundidade.

Conforme comentei no início do texto, o que quero dizer com "aprender a ser "humano" é justamente no sentido de que não existe, em lugar algum, e em nenhuma de nossas instituições sociais (igrejas, escolas, creches, Universidades, etc...) uma "abordagem" específica para desenvolvermos nossa psiquê.
Há uma necessidade "titanizada" de um desenvolvimento emocional em nossas crianças, justamente para que elas não se tornem o que nos tornamos, ou que não sintam a dificuldade de mudar como nós sentimos ao descobrir a "verdade" acerca do mundo e das simplicidades vida.
Nossas crianças e jovens precisam aprender sobre seus sentimentos, emoções, relacionamentos, exercitar suas sensibilidades emocionais.
Infelizmente, nossa educação se resume em fazê-los engolir uma série de informações e ensinos que são "testados" através de exames do estilo "decoreba".
E isso tudo faz o quê? Faz com que sejamos o que somos - protótipos (padrões).
Quarta-feira passada estive envolvido com duas mentes sábias em um assunto que durou mais ou menos 4 horas. Em certo momento uma delas falou: - Você é um milagre, uma explosão de vida única. Quando você nasceu foi um momento único no mundo, e quando você "morrer" também. 
Todos são milagres, todos são únicos!!
Falta aprendermos que nossas crianças são únicas, que essa comparação prejudica suas subjetividades, impondo-as a viverem conforme ditam as "regras", mais alguns "seres" sendo criado em laboratórios.
É hora de nos conscientizarmos e aprendermos a ser "humanos".
É um assunto tão intenso e ao mesmo tempo confuso. Seriam gastos boas horas de conversas e discussões para podermos chegar a um consenso positivo, para que alguns aceitem essa "nova tese".
Maluquice? Talvez, porém é uma maluquisse saudável e com preceitos bons.
Precisamos re-aprender sobre como viver corretamente.
Quando você estiver se sentindo totalmente infeliz e insatisfeito com o mundo, olhe para "dentro de si", a causa está ali. Quando você estiver nas nuvens, em um estado metafísico de alegria e prazer, olhe para "dentro de si", a causa também está ali.
O "ser" é o mesmo, tanto para as positividades e as negatividades.

Percebem o quando dualistas somos? O quanto confusos somos? Isso por quê somos "normóticos".
E até quando aceitaremos isso?
Encerro com uma frase, deixando para todos uma fagulha de esperança na mente e no coração:

"Se todas suas escolhas não tem dado certo, dê espaço para que a metanóia aconteça, quem deseja melhorar, aceita sempre mudar."

J. Gonçalves, 19 de Julho de 2013, B. Camboriú.



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